Cada vez mais é evidente o impacto no ambiente causado pela nossa ruptura com a natureza. Juntamente com esta crescente reação do Planeta aos abusos aos seus recursos, têm aumentado também a preocupação das pessoas sobre como isto afetará nossa existência.
Uma pesquisa realizada pela BBC em novembro de 2023 revelou que a pergunta "como resolver as alterações climáticas?" foi feita ao Google 73 vezes a mais nos últimos 5 anos.
E o que isso tem a ver com Psicologia?
A Associação Americana de Psicologia (APA) tem se debruçado a estudar sobre essa temática já que estas catástrofes têm impactado os sonhos, as escolhas, planos para o futuro e o comportamento de algumas pessoas.
A chamada "Ansiedade Climática" tem sido definida como “o sofrimento relacionado às preocupações com os efeitos das mudanças climáticas”. Não se trata necessariamente de uma doença mental, em vez disso, é uma ansiedade enraizada na incerteza sobre o futuro e que alerta sobre os perigos de um clima em mudança, perda na capacidade de se concentrar, comer, dormir, estudar e desfrutar dos relacionamentos.
De acordo com C. G. Jung, tudo que pertence a uma realidade externa, também ocupa um lugar interno em nós. O tempo em que a humanidade leva para retirar recursos da natureza é desproporcional com o tempo que a natureza leva para conseguir repor estes recursos. Assim também fazemos com nossas habilidades mentais, exigimos, demandamos, nos doamos sem nos dar o tempo de repor todos estes recursos que foram retirados.
Quais seriam os impactos de uma vida com uma reaproximação da natureza, de nós mesmos e dos ciclos naturais da vida?
Em tempos da era do imediatismo, alta performance, consumismo e ansiedade, tempos nos quais não há espaço para recuperação, contemplação, observação, pausas e respiros. Reconectar-se com a natureza é reconectar-se consigo mesmo. Reconectar-se consigo mesmo é reconectar-se com a natureza.
Se conscientizar, estar presente no aqui e no agora. Só assim será possível lidar com estas angústias.
