Uma pesquisa realizada pela ABHP revela que em média brasileiros gastam mais com beleza do que com alimentos.
Um estudo do IBGE mostrou que mulheres gastam mais do que homens neste mercado, deixando aproximadamente 30% do seu salário em produtos e serviços de beleza, independente de sua classe social... Não é de se espantar, não é? Unha, sobrancelha, skin care, cuidados com o cabelo, procedimentos estéticos...
A indústria da beleza, além de definir e uniformizar aquilo que é considerado belo leva junto dela nossa autoestima, confiança, tempo e nosso dinheiro.
Perseguir um padrão de beleza nos impede de investir em outras atividades e confundem a percepção sobre nosso valor!
A indústria se beneficia economicamente das nossas insatisfações e nos faz crer que a aparência é um aspecto fundamental da identidade feminina. A gente vive em busca da perfeição, sufocando qualquer possibilidade de autenticidade e daquilo que garante a existência da vida: a pluralidade e diversidade.
Naomi Woolf nos provoca a ver esta busca pela beleza como uma forma de vigiar as mulheres, controlando e prevendo nossos comportamentos. Elen Hanna nos diz que quando nos submetemos a essa ideologia, passamos a não mais amar as funções biológicas em nosso corpo, como os ciclos, a menstruação, a maternidade, menopausa... mas a vê-las como aquilo que nos afasta do belo.
Quando não abrimos espaços para estes aspectos, não nos permitimos a experiência da humanidade. O mal reside no ideal que não é humano. Ficar presa à este ideal é não viver a realidade humana. "Ser fiel à alma é valorizá-la, expressá-la da maneira mais peculiar possível. É amar desde dentro, em vez de aceitar um padrão de fora que não leva em consideração a nossa essência" - Marion Woodman
Percebe como isso mina e restringe nossa existência?
E aí... como isso chega até você?
Indicações de leitura: O mito da beleza - Naomi Woolf.
